Palavras
ditas são ao vento, as escritas não.
Não
temos o menor controle sobre o que dizemos e nem devemos ter, é inútil, é
levado pela brisa. Mais o que escrevemos é nosso, é sentido e é puro.
Por
isso não me sinto uma covarde por preferir escrever do que dizer, afinal, um
telefonema é esquecido e uma carta é guardada.
O
falado se esquece, o escrito se abrange e se grava.
O
que pra mim são palavras ditas e saem de infinitas maneiras com o som da voz,
mas o que é escrito é fixo e soa como o leitor lê, é um só.
Por
isso escrevo o que sinto e penso e só digo as futilidades para o vento levar,
as risadas ressonantes.
No
fim só resta o mais puro eu feito a caneta no papel